Nesta quarta-feira (23), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter enviado uma mensagem contendo fake news que atacavam o Supremo Tribunal Federal (STF) ao empresário Meyer Nigri. A revelação ocorre após Bolsonaro ser intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento no contexto da investigação sobre a referida mensagem.
A mensagem, enviada em junho de 2022, foi descoberta em um relatório da Polícia Federal, que abordava a quebra de sigilos de comunicações de empresários bolsonaristas envolvidos em discursos golpistas. Dentre os oito empresários investigados, dois continuam sob inquérito: Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, proprietário da Havan.
Entenda o caso
Mensagens obtidas com exclusividade pela coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, revelam que empresários sob a investigação da Polícia Federal (PF) devido à disseminação de conteúdos antidemocráticos e notícias falsas, compartilharam, em um grupo chamado ‘Empresários & Política’, mensagens atacando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e contra o sistema democrático, assinadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o Metrópoles, os textos teriam sido compartilhados pelos empresários Meyer Nigri e Luciano Hang, alvos de inquérito da PF, assim como por Nelson Piquet e Emilio Dalçoquio, que não estão sendo investigados.
Mensagens de Nigri obtidas pelo portal insinuam, sem apresentar evidências concretas, que ocorreram irregularidades no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022. Segundo os registros da investigação da PF, o empresário respondeu ao pedido de Bolsonaro ao compartilhar um texto que continha críticas ao ministro Luís Roberto Barroso, conforme revelou a jornalista Daniela Lima. “Repasse ao máximo”, teria solicitado o então presidente à época.
Não apenas Nigri, mas vários membros do grupo também adotavam esse padrão e disseminavam mensagens com a assinatura “Presidente Jair Bolsonaro” no final.
A admissão de Bolsonaro confirma a autenticidade da mensagem contendo fake news, que visavam difamar o STF e a Justiça Eleitoral. A Polícia Federal agora busca esclarecer o contexto e as motivações por trás do envio da mensagem, Bolsonaro já foi intimado a prestar depoimento e a oitiva deve ocorrer em 31 de agosto.
Com informações do G1, Metrópoles e Carta Capital.
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