Estado de São Paulo deve indenizar mãe de recém-nascida após óbito sem cirurgia de emergência

Data:

Salário-maternidade - bebê prematuro
Créditos: Pixelistanbul | iStock

A 12ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou a decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública, proferida pelo juiz José Renato da Silva Ribeiro, que condenou o estado de São Paulo a indenizar a mãe de uma bebê que faleceu enquanto aguardava uma cirurgia cardíaca de emergência. A reparação por danos morais foi aumentada de R$ 290 mil para R$ 600 mil, enquanto a indenização por danos materiais permaneceu em R$ 2,9 mil.

Segundo os documentos do processo, a mãe descobriu, quando estava com 28 semanas de gestação, que o feto sofria de cardiopatia congênita e precisaria passar por cirurgia imediatamente após o parto. Após ser encaminhada para unidades hospitalares que não puderam atender ao caso, ela impetrou um mandado de segurança para conseguir vaga em uma unidade de referência, o que não foi cumprido pelo Estado. A recém-nascida faleceu 42 dias após o parto sem ter sido submetida à cirurgia, apesar de ter conseguido vaga em uma unidade especializada oito dias depois de nascer.

Mantida indenização de R$ 60 mil por lesão em bebê durante parto
Créditos: VAlekStudio / Shutterstock.com

O desembargador Souza Nery, relator do recurso, destacou que, mesmo sem garantias de que a cirurgia resolveria a condição do bebê, houve a perda de uma chance, pois a não realização impediu que a criança tivesse essa possibilidade. Ele ressaltou que houve tempo suficiente para a concessão de vaga em hospital especializado, uma vez que o diagnóstico ocorreu durante a gestação. O magistrado enfatizou que, mesmo diante da decisão judicial, o Estado não tomou as providências necessárias para cumprir o direito constitucional de acesso à saúde.

Casal que perdeu bebê por imprevidência médica receberá indenização de R$ 50 mil
Créditos: Niyazz / Shutterstock.com

“É inadmissível a demora na concessão de uma vaga em um Estado como São Paulo, que possui a maior riqueza econômica do país, e uma gama de hospitais que poderiam receber a autora e sua filha. Da narrativa dos fatos está claro que houve demora e omissão no encaminhamento do caso aos hospitais indicados pelo médico da autora. Nem mesmo após ordem judicial liminar tal feito ocorreu. A omissão dentro dos departamentos públicos retirou da criança o direito à tentativa de correção do seu problema, independente de qual teria sido o resultado final”, concluiu.

Com informações do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).


Você sabia que o Portal Juristas está no FacebookTwitterInstagramTelegramWhatsAppGoogle News e Linkedin? Siga-nos!

Ricardo Krusty
Ricardo Krusty
Comunicador social com formação em jornalismo e radialismo, pós-graduado em cinema pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Deixe um comentário

Compartilhe

Inscreva-se

Últimas

Recentes
Veja Mais

Modelo de contrato de prestação de serviços de Personal Trainer para Triatetlas

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de personal trainer especializado em treinamento para triatletas, com o objetivo de melhorar o desempenho do Contratante nas modalidades de natação, ciclismo e corrida.

Modelo de contrato de curso de fotografia com Iphone

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de ensino, na forma de curso de fotografia utilizando o iPhone, oferecido pela Contratada ao Contratante.

Construindo Sua Árvore Genealógica com Documentos de Imigração

Descubra suas origens e construa sua Árvore Genealógica utilizando Documentos de Imigração essenciais. Inicie sua jornada ancestral aqui!

Modelo de contrato de prestação de serviços de Delivery para Restaurantes e Lanchonetes

O presente contrato tem por objeto a prestação de serviços de delivery, pela Contratada, para o transporte e entrega dos produtos alimentícios do Contratante aos seus clientes, conforme as especificações e necessidades do Contratante.