Centenas de famílias estão entrando com processos contra algumas das principais empresas de tecnologia global, alegando que essas corporações deliberadamente expõem crianças a conteúdos e produtos prejudiciais. O processo abrange a Meta, a empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp, juntamente com o TikTok, Google e Snap Inc. (proprietária do Snapchat), constituindo um dos maiores processos judiciais já iniciados no Vale do Silício. A informação é da BBC.
Os demandantes dessa ação incluem famílias comuns e distritos escolares de diversas regiões dos Estados Unidos, todos argumentando que as plataformas têm um impacto prejudicial de forma intencional. Segundo a agência de notícias britânica, Taylor Little, que utiliza o pronome neutro “eles” (tradução direta do they/them no original em inglês) relatou que por meio desse processo estão buscando desafiar o poder do Vale do Silício.
“Eu literalmente estava aprisionado pela dependência aos 12 anos. E não recuperei minha vida durante toda a adolescência”, relatou Little, que agora tem 21 anos e desenvolveu uma dependência das redes sociais que levou a tentativas de suicídio e anos de depressão descreve as empresas de tecnologia como “monstros grandes e maus”.
Essas empresas, segundo Little, colocam conscientemente nas mãos das crianças com acesso à internet produtos altamente viciantes e prejudiciais. Por isso, Little e centenas de outras famílias americanas estão processando quatro das maiores empresas de tecnologia do mundo.
Caso Molly Russell
Os advogados de Little e dos outros autores da ação adotaram uma abordagem inovadora para o processo, com foco em como as plataformas são concebidas e projetadas — e não apenas em postagens, comentários ou imagens individuais.
O que dizem as empresas
A Meta publicou uma declaração em que afirma: “Nossos pensamentos estão com as famílias representadas nestas queixas. Queremos tranquilizar cada pai de que temos os interesses deles no trabalho que estamos fazendo para fornecer experiências online seguras e de apoio aos adolescentes.”
O Google afirmou: “As alegações nessas queixas simplesmente não são verdadeiras. Proteger as crianças em todas as plataformas sempre foi fundamental para o nosso trabalho.”
O Snapchat disse que sua plataforma “foi projetada para eliminar a pressão de ser perfeito, (…) Verificamos todo o conteúdo antes que possa atingir um grande público para evitar a propagação de qualquer coisa que possa ser prejudicial”, afirmou a empresa.
Já o TikTok se recusou a comentar sobre a ação.
Little conhece bem a história de Molly Russell e diz que as histórias são muito parecidas. “Me sinto incrivelmente com sorte por sobreviver. E meu coração se parte de maneiras que não consigo expressar por pessoas como Molly.”
Ela diz ser feliz, “Realmente amo minha vida. Estou em um lugar que não achei que viveria.” Isso a deixa com determinação para seguir adiante com a ação legal.
Com informações da BBC.
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