A cidade de Campina Grande e a profissão de Oficial de Justiça são para Tarcísio Bruno fontes de inspiração para dar sentimento às vidas das pessoas por meio de versos, revestidos de sensibilidade e talento, numa terra marcada pela poesia por um saudoso expoente chamado Ronaldo Cunha Lima, cuja memória, descendentes como, sobretudo, o filho Cássio e o neto Pedro mantêm viva, dando-lhe voz através de declamações.
As coisas tristes são as mais belas
Segundo ele, a atividade profissional que exerce há 26 anos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba transcende a questão material, é sentimental. “Nós trabalhamos na área de família e tomamos conhecimento de dramas, carências e necessidades das pessoas e poesia é sentimento, poesia é inclusão, é dar sentimento através de palavra às vidas dessas pessoas, que encontram na poesia um alento, uma alegria mesmo para as coisas tristes, porque, por incrível que pareça as coisas tristes são as mais belas”, filosofa.
Cultor das letras, ele marcou sua participação em recente edição do projeto cultural ‘Sarau Literário” na Escola Superior da Magistratura de Campina Grande, com a proposta de concurso literário a ser promovido pela Esma ou órgão competente no âmbito do Judiciário em nível nacional, como forma de incentivar a cultura, oportunizar a apresentação de produções e revelar talentos.
Ideia promissora
Idealizador do ‘Sarau Literário’ – que reúne magistrados e servidores do Poder Judiciário estadual e da comunidade em torno de leitura, declamação, música e textos poéticos – o desembargador Ricardo Vital de Almeida, considerou a ideia evidentemente promissora e afirmou que a levará adiante, em face do caráter e interatividade entre magistrados e servidores que fazem o Poder Judiciário.
Das mais louváveis
Para o presidente da Academia Campinense de Letras, Thélio de Farias, a proposta é das mais louváveis, porque descortina aos juízes, advogados, promotores e serventuários da justiça uma visão mais ampla do mundo, com música, sensibilidade, letras e mais saberes. “É bastante interessante porque vai cada vez mais abraçar a poesia, a literatura e o fazer jurídico”, declarou.
Na ocasião, ele discorreu sobre sua obra, “Além do Ipiranga: A extraordinária vida de Pedro Américo e suas incríveis facetas”, que traz informações desconhecidas da maioria da população sobre o paraibano Pedro Américo, visto como o pintor do quadro da Independência, mas que na verdade foi muito mais: professor, arqueólogo, sociólogo, cientista, filósofo e deputado federal. “Foi um brasileiro gigante que nós temos orgulho de ser conterrâneo”, concluiu.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça da Paraíba, elogiou a sugestão de Tarcísio Bruno, que a exemplo de outros colegas, honra e dignifica a categoria, não só como profissional, mas como poeta e assegurou que o Sindicato dará todo o apoio necessário à concretização da ideia.
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