Cerca de 20 pessoas foram presas pela Polícia Federal na operação chamada “Vagatomia”, que desvendou um esquema de fraudes no FIES (Financiamento Estudantil do Governo Federal) e de venda de vagas para o curso de medicina em São Paulo. Dentre elas, estão os donos da Universidade Brasil. O esquema funcionava nas unidades da universidade em São Paulo, São José do Rio Preto e Fernandópolis.
A Polícia Federal recebeu denúncias de alunos inscritos regularmente nos cursos da universidade no início do ano. Eles disseram que vagas para o curso de medicina eram negociadas por R$ 120 mil. Os investigadores apontaram o empresário José Fernando Pinto da Costa, reitor da universidade, como dono do esquema. Sthefano Bruno Pinto da Costa, sócio na universidade e filho do reitor, também era ligado ao esquema. Em nota, a polícia disse que eles “não só tinham conhecimento, mas também participavam dos crimes em investigação”.
No curso das investigações, descobriram que as “assessorias educacionais” utilizavam a estrutura da universidade para negociar as vagas. O esquema envolvia inclusive a transferência de alunos estrangeiros, principalmente de Paraguai e Bolívia, para o curso de medicina.
Ainda estão sendo investigadas as Bolsas do Prouni (Programa Universidade Para Todos) e fraudes ligadas ao Revalida (exame de revalidação de diplomas médicos de estrangeiros). Os estudantes beneficiados pelo esquema eram, basicamente, filhos de fazendeiros, políticos, servidores públicos, empresários e amigos dos donos da universidade.
A Polícia pontuou que todos eles tinham alto poder aquisitivo e que, “mesmo sem perfil de beneficiário do Fies, mediante fraude, tiveram acesso aos recursos do governo federal”. E pontuou que “identificou ameaças proferidas pelo dono da universidade aos alunos que fizeram as denúncias, além de tentativas de influenciar e intimidar autoridades, destruição e ocultação de provas, dentre outras ilegalidades.”
O reitor da universidade e seu filho investiram recursos obtidos com as fraudes em imóveis no Brasil e no exterior, compraram aeronaves e carros de luxo. A Justiça Federal autorizou as prisões e determinou o bloqueio de R$ 250 milhões em bens e valores dos investigados.
Diretores e funcionários da universidade também foram presos. Alunos e pais que participaram do esquema estão sendo investigados pela PF.
(Com informações do Uol)
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