A pandemia acelerou um processo que já estava em curso no mercado jurídico: a digitalização da advocacia. Graças às inúmeras ferramentas e recursos tecnológicos disponíveis, hoje o advogado pode prestar serviços e executar tarefas de qualquer lugar. Na medida em que muitos se viram forçados a se adaptar ao home office, a necessidade de ter um escritório acabou sendo relativizada. Nessa nova realidade, novos modelos de trabalho estão surgindo e, para quem deseja empreender solo na advocacia, o cenário atual é bastante favorável.
Para um determinado perfil de advogado, ter sócios ou mesmo fazer parte de um escritório representa mais desvantagens do que vantagens. No entanto, quem deseja construir uma carreira sólida de advogado autônomo, mais do que conhecimentos técnicos, é preciso investir no desenvolvimento de algumas habilidades, além de ferramentas específicas que auxiliem o profissional na gestão do dia a dia.
No post de hoje, trouxemos algumas dicas para quem quer empreender solo na advocacia e conquistar seu espaço no mercado. Para saber mais, não deixe de conferir!
Se preparando para empreender solo na advocacia
Empreender solo na advocacia pode ser uma boa estratégia para quem visa resultados a curto prazo, mas não tem tantos recursos para investir em infraestrutura e contratação de pessoas. Do próprio home office, o advogado consegue começar a realizar suas primeiras ações de prospecção visando montar uma cartela de clientes. Com a pandemia, reuniões online com clientes se tornaram praxe. Assim, o advogado não possui mais a mesma necessidade de um espaço físico como antes.
Embora atuar sozinho pareça mais simples, é preciso agir de forma estratégica e com os olhos bem abertos às movimentações do mercado. Como muitos advogados já sabem, atualmente a OAB já conta com mais de 1 milhão de profissionais ativos no Cadastro Nacional dos Advogados. Logo, a concorrência é alta e se destacar, especialmente quando se empreende sozinho, é uma tarefa ainda mais difícil.
Para quem deseja se posicionar de forma estratégica, é fundamental pesquisar a fundo o mercado, especialmente na localidade em que se pretende atuar. Procure entender quais são as áreas com maior demanda, qual é o perfil dos escritórios presentes na região e quais são os serviços mais procurados. Hoje, através da internet, o advogado tem acesso a uma série de informações que contribuem para a formação de sua estratégia e o seu posicionamento. Dados pagos e gratuitos estão disponíveis aos profissionais que querem entender mais sobre o mercado e montar uma boa estratégia de posicionamento.
A ideia de fazer uma análise de dados é conhecer melhor o mercado e suas demandas, para então partir para a ideação de serviços que sejam mais atraentes para o cliente.
Especialista ou generalista?
Uma das dúvidas comuns aos advogados autônomos, especialmente àqueles que estão começando a empreender solo na advocacia, diz respeito ao nicho de atuação. Muitos acreditam que a melhor estratégia é se posicionar como generalista, para que nenhuma oportunidade de trabalho escape. No entanto, esse é um grande equívoco.
Devido à alta concorrência do mercado, quem se posiciona como um generalista tem mais dificuldades em se destacar. Além disso, esse profissional vai lidar com mais advogados competindo pelo mesmo cliente, o que acaba colocando muitos em uma disputa pelos honorários.
Quem se posiciona como um especialista, por outro lado, consegue fazer parcerias estratégicas que podem contribuir para o crescimento da cartela de clientes. Claro que a escolha de uma área do Direito precisa estar alinhada com a existência de uma potencial demanda. Porém, diante da situação do atual cenário do mercado jurídico, ser um especialista é mais vantajoso do que atuar como um generalista.
Por fim, vale destacar que, embora a internet tenha eliminado diversas fronteiras para a atuação do advogado, os clientes ainda buscam profissionais locais. Adicionalmente, devido à própria organização do Judiciário, aqueles que optam pelo contencioso precisam sim estar atentos à demanda local quando decidem se posicionar.
Plano de negócios para o advogado autônomo
Mesmo empreendendo solo na advocacia é essencial contar com um plano de negócios. Esse tipo de documento auxilia o advogado na operacionalização do escritório, bem como, favorece o planejamento da sua atividade enquanto uma empresa. Um bom plano de negócios permite que o advogado identifique questões estratégicas relativas ao seu nicho de atuação, potenciais parceiros e até novas formas de se prestar serviços jurídicos. Outra vantagem de fazer um plano de negócios, mesmo sendo um empreendedor solo, é que com ele o advogado pode definir metas tanto de curto, quanto médio e longo prazo.
Hoje existem diferentes metodologias para se elaborar um plano de negócios, incluindo algumas que são específicas para empreendedores solo. Para quem deseja se aprofundar sobre o tema e construir seu próprio plano de negócios, uma boa dica é o livro “Business Model You” que adaptou toda a metodologia CANVAS.
Use a tecnologia a seu favor
Fazer tudo sozinho na advocacia não é apenas exaustivo, como também é praticamente impossível. Profissionais que optam por empreender solo na advocacia devem contar com ferramentas digitais para auxiliar no dia a dia. A boa notícia é que hoje qualquer advogado tem acesso a ferramentas gratuitas e pagas, genéricas e específicas para o mercado jurídico que resolvem diversas questões como a gestão financeira e gestão de clientes. Softwares jurídicos, ferramentas de assinatura digital, rastreadores de tempo facilitam e otimizam o dia a dia do advogado, mesmo que ele não possua uma equipe de suporte para as suas atividades.
Hoje as ferramentas possibilitam que o advogado que empreende solo atue com muito mais facilidade, sem perder tempo com o back office ou questões burocráticas do dia a dia.
A pandemia, ao que tudo indica, é um grande divisor de águas para o mercado. Para inúmeros setores, ela promoveu uma aceleração da digitalização e na advocacia isso não foi diferente. Embora seja um mercado bastante tradicional, diversas estruturas se modificam no mercado jurídico, abrindo espaço para a inovação. Para quem nunca simpatizou com a ideia de ter sócios ou equipe, o momento é favorável, já que os clientes aprenderam a conviver com serviços jurídicos online e não parecem descontentes desde que o suporte seja eficiente. O maior desafio de quem empreende solo na advocacia não é mais convencer o cliente de que esse modelo pode oferecer tantos resultados quanto um escritório e um grande time de advogados. A questão agora é lidar com ferramentas que automatizam o escritório, para que o atendimento e a entrega ofereçam a máxima qualidade.
Você tem planos de empreender solo na advocacia? Confira também como criar sua marca pessoal na advocacia
*Artigo em coautoria com Helga Lutzoff Bevilacqua
[…] na advocacia nada mais é do que ressignificar a imagem de um escritório jurídico ou de um advogado que empreende solo. Trata-se de uma estratégia cujo objetivo é transformar a percepção do público com relação a […]
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